terça-feira, 9 de novembro de 2010

Ruas, passos e formigas.

        Hoje de manhã, por volta das 7:20h eu saí de casa pra ir pra faculdade, estava atrasada e por isso apertei o passo pra chegar mais rapidamente na estação. Quando passei pela rua onde residem um cachorro amarelo, que mordeu minha batata da perna um dia desses, e um preto que é amigo do amarelo, ouvi um "psiiiiuu".
       Foi um "psiiiuu" um bocado baixo, mas como o silêncio só me permitia escutar meus próprios passos, acabei percebendo esse som estranho. Não olhei para trás, como moça de respeito que sou, mas depois comecei a pensar que poderia ser algum conhecido que também estava indo para a estação.
      Olhei para tras. Não tinha ninguém!
      Voltei a andar mais rápido ainda, mas alguém disse "Moça????" e eu olhei pra perto de um portão marrom de madeira. Era uma formiga, uma formiga como eu nunca tinha visto... ela usava óculos de gente intelectual, aqueles que têm a armação escura,  vestia um paletó risca de giz e segurava uma maleta de couro preta.
     Eu me abaixei e perguntei se poderia ajudar em alguma coisa. Ela me disse que tinha acabado de ouvir o relato de um pernilongo viciado em rodiar postes iluminados da cidade durante a noite. A formiga era psicóloga. E agora precisava de uma carona pra chegar até a estação de trem a tempo para uma próxima consulta. Ela atenderia uma joaninha em Guaianazes.
    Concordei e disse que ela poderia sentar-se confortavelmente em meu ombro direito, contanto que  me contasse onde arranjou um paletó risca de giz tão bem feito!


=)