terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Vitrine.

    Quando eu era *mais criança eu costumava gostar muito de ver as roupas das vitrines das lojas da cidade, especialmente quando voltava da escola para casa. Eu geralmente voltava sozinha ou com alguma amiga.
    Acontece que quando eu gostava muito de uma roupa, nunca podia comprar, porque eu só comprava roupas com a minha mãe, era mais seguro, tendo em vista minha compulsividade por comprar coisas que eu usaria no máximo 2 vezes. Eu olhava, olhava e chegando em casa contava pra minha mãe o quão especial e única era a tal peça e explicava direitinho porque eu precisava tanto tê-la.
    Minha mãe ouvia... nem sempre dava trela e quando dava e falava que a gente ia na loja, sempre demorava anos luuz para cumprir a promessa. Então eu ficava muito ansiosa, e passava boa parte dos meus dias pensando no quanto eu tinha adorado a cor, a manga, a estampa, o lacinho, o cintinho e no quanto eu era infeliz por não ter essa maravilha.
     Sinceramente eu era *mais insuportável ainda com meus 11 ou 12 anos. Se eu fosse minha própria mãe, me trancava dentro do guarda-roupa e não abria mais ( ta certo que para mim não iria ser castigo muito grande, porque ... eu gosto um pouco de ficar dentro de guarda-roupas escuros).
    O negócio é que as vezes dona Sandra resolvia ir comigo até a loja pra ver o tal espetáculo em forma de vestuário que eu tanto precisava ter como meu.
    Ao chegar na loja e pedir pra vendedora pra ver a roupa de perto, eu me espantava muito! A tal blusinha não tinha a cor tão vibrante, a manga não era bufante, a estampa não era de gatinhos e não havia sombra de lacinhos e nem de cintinhos delicados nela.
    Eu, na realidade, tinha formado uma outra blusa na minha cabeça. Quase totalmente diferente da que estava na vitrine...pura fantasia. Ta certo que a blusinha não era de TODO ruim, poderia ser até bonitinha. Minha mãe poderia até gostar, comprar pra mim, e então, quem sabe a peça poderia até virar uma das minhas favoritas.Mas, definitivamente não era TUDO aquilo.
    Hoje, chego a uma conclusão... e essa conclusão não é de que é bobeira sofrer por uma roupa...isso é obvio, nem precisa concluir nada pra perceber. A minha conclusão é de que não era preciso sofrer tanto e ter ficado tão ansiosa por uma coisa que na verdade nem existia e perder tanto tempo por idealizar  d+.
  

História boba?

Pode ser... ou não. rs

beijinho :)

domingo, 19 de dezembro de 2010

Não se perde...






    Nem sempre é fácil entender o que Deus tem pra nós, até porque os pensamentos Dele são infinitamente maiores que os nossos. Parece meio que o ato de ler um livro. Só acompanhamos a história adequadamente a medida que vamos lendo, letra por letra, palavra por palavra. Muitas vezes a história não faz nenhum sentido e é claro que, muitas vezes nos arriscamos a dar o nosso "pitaco" sobre o desfecho. Não sei se esta é uma atitude muito inteligente, já que as melhores histórias quase sempre tem um final surpreendente.
   Já Deus é um pouco diferente, Ele consegue enxergar a história toda, não está preso às frases de uma página como nós. 

    Não digo que não acredito que meus passos é que fazem o caminho, porque, sim, eu acredito nisso. Mas acredito também que posso decidir deixar Deus guiar meus passos e dessa forma andar no caminho certo.

Assustador?? Acho que não!

*Não se perde por esperar, não se perde por não entender. 

"Outro sinal de se estar em caminho certo é o de não ficar aflita por não entender; a atitude deve ser: não se perde por esperar, não se perde por não entender." -- Clarice Lispector 



Beijinhos. 

:)




segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A-prendendo.




Eu sempre soube que eu era diferente dos outros, a verdade é que todos somos diferentes uns dos outros.. mas não é sobre isso que eu to tentando discorrer a cerca ...rs

Sabe, eu não penso como a maioria das pessoas que eu conheço, e isso me perturba um pouco, mas sempre me consolou o fato de eu pensar que sou muito parecida com a minha mãe, porque sempre que me perguntavam : Por que você é assim?  E respondia: Ah, eu nasci assim, mas sou igualzinha a minha mãe. :)
Hoje, no entanto levei um choque... daqueles de 2000 volts (acho que isso é bastante, não?!), quando na mesa do almoço comecei a expor algumas coisas que eu nunca tenho coragem de admitir, dificuldades minhas, incertezas e ao invés de ouvir o habitual "Ah, mas todo mundo é assim..." ou então  "Ah, eu era assim também quando tinha a sua idade." ou quem sabe um "Ah fica sossegada, isso passa..." eu ouvi uma sentença chocante sobre meu possível futuro.

Caí em pranto. Isso mesmo, chorei que nem criança quando bate a cabecinha naquela quina beeem pontuda.

Descobri duas coisas: 

1- Existem coisas que são só da Sarah Romano dentro de mim, por mais estarrecedor que isso possa ser.

2- Essas coisas que são só da Sarah Romano dificilmente podem ser compreendidas pelos demais...por mais que eles gostem de mim. Portanto, determinados cômodos dessa casa só devem ser abertos para quem os criou e conhece quais são suas utilidades, bem como as mudanças que precisam ser feitas lá dentro.

E assim a vida continua...

"Eu tenho medo do ótimo e do superlativo. Quando começa a ficar muito bom eu ou desconfio ou dou um passo para trás." -- Clarice Lispector.

"Quem me quer não me conhece, quem me conhece me teme." -- Clarice Lispector.